sábado, 2 de agosto de 2014

Daniel Silva - O Artista da Morte

"Gabriel Allon foi em tempos um importante agente dos serviços secretos israelitas, mas agora só pensa em fugir do seu passado para viver uma vida tranquila como restaurador de arte. É no entanto chamado de regresso às perigosas missões. A agente com quem trabalhará esconde-se por detrás da sua própria máscara de modelo francesa. O seu alvo: um astuto terrorista numa derradeira matança desenfreada, um palestiniano fanático de nome Tariq, que desempenhou um negro papel no passado de Gabriel. Aquilo que começa como uma caça ao homem torna-se um duelo que atravessa o globo e é alimentado pela intriga política e por intensas paixões pessoais. Num mundo onde o sigilo e a duplicidade são absolutas, a vingança é um luxo sem preço e a maior das obras de arte."

Já conhecia o trabalho deste escritor através de o "Espião Improvável" e já tinha ouvido falar muito bem do "seu" Gabriel Allon, e não fiquei admirada por ter gostada bastante deste livro .
O Artista Morte é, então,  o primeiro livro desta série, cujo herói (ou melhor, a principal personagem) é um israelita chamado Gabriel Allon. Gabriel é um indivíduo extraordinário e autor deixa claro as contradições da personalidade de Allon. Há momentos, em que admiro Gabriel, outras vezes nem tanto. Utilizando a célebre expressão, Gabriel Allon tem muitas camadas, o que torna difícil entende-lo e entender as suas motivações. Mas essa característica apenas faz com que a personagem seja (ainda) mais interessante, assim como o thriller em si.

Ao longo do romance existe sempre a dinâmica do confronto Israel-Palestina, mencionando sempre os séculos de antagonismo e inimizade entre os vários povos, países e religiões do Oriente Médio. Existe alguma compreensão das motivações por trás das ações dos jogadores em todos os lados. Colocar este tipo de complexidade para as páginas de um livro não é uma tarefa fácil mas o Daniel Silva conseguiu-o de forma admirável. Não há "bons" ou "maus" neste livro: ambos acreditam que têm direito à aquela faixa de terreno  e ambos têm atitudes imorais e violentas que destroem a vida de inocente. Acaba por ser um tema (infelizmente) sempre atual.

O livro é uma leitura fácil, rápida (porque é difícil largá-la) e, embora um pouco previsível, mas ele tem suas surpresas.  Os personagens do livro são um tanto cliché, uma espiã supermodelo que é usada para atrair os inimigos, um herói relutante torturado, um inimigo que se sente justificado, entre outros. No entanto, é um livro que me cativou até à última página.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

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