terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sylvain Reynard - O Inferno de Gabriel

O enigmático e sedutor professor Gabriel Emerson é um reputado especialista na obra de Dante. Mas à noite dedica-se a uma vida de prazer sem limites, não hesitando em usar a sua beleza de cortar a respiração para manipular as mulheres a satisfazerem cada capricho seu.
Talvez por isso se sinta torturado pelo passado e consumido pela crença de que está para lá de qualquer salvação.
Quando a jovem Julia Mitchell se inscreve como sua aluna de pós-graduação, Gabriel não consegue ficar indiferente. Ela é linda, deliciosamente inocente, um diamante em bruto para ele polir. Sempre que Julia se apercebe do olhar de predador dele, espera sentir receio, mas o que verdadeiramente sente é uma estranha luxúria que a assusta. Desejando desesperadamente possuí-la, Gabriel põe em perigo não só a sua carreira, como ameaça desenterrar segredos de um passado que preferia manter oculto.
Uma história inebriante sobre amor proibido, luxúria e redenção, O Inferno de Gabriel retrata a jornada de um homem que procura escapar do seu próprio inferno pessoal enquanto tenta conquistar o impossível: perdão e amor.


Será que os escritores apanharam a febre de Dante? Claro que O Inferno de Gabriel não tem nada a ver com o Inferno de Dan Brown - são tipos de escrita diferentes com públicos alvos completamente díspares. No entanto, ambos utilizam o conhecimento dos protagonistas sobre a "Divina Comédia" como fio condutor. Neste livro em particular, o amor entre Dante e Beatriz é constantemente comparado por Gabriel e Julianne/Julia com o seu.
Sobre as personagens, Julia é boazinha de mais, principalmente quando comparada com Christa, que parece estar lá só para reforçar a bondade e a inocência de Julia. O segredo do Gabriel parece-me um pouco forçado, embora coerente com o seu passado, não sendo justificação para o seu comportamento pré-Julia.
Tirando estes pormenores é um livro que "agarra", com um fio condutor interessante e verosímil, oferecendo uma leitura muito aprazível.

Após a leitura de "Porque és minha" de Beth Kery, tinha decidido não ler mais livros do género. Mas a R. sugeriu-me vivamente a leitura d'O Inferno de Gabriel dizendo que poucos pontos de contacto tinha com o de Kery. Apesar dele ser rico, giro e atormentado, as semelhanças terminam aqui. Aliás, a Goodreads proclama que é "Uma história imensamente erótica mas muito bem escrita sobre um homem em busca de redenção.", mas eu não a considerei de todo erótica. A comparação entre este livro e o livro de E.L. James - que a própria editora faz - não tem razão de ser: são estilos totalmente diferentes, quer de escrita quer na história. Mesmo assim a ser feita alguma comparação, O Inferno de Gabriel sai a ganhar....  a não ser para prefere livros com frequentes menções a atos sexuais. :)

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013)

Margaret Atwood - A História de Uma Serva

Uma visão marcante da nossa sociedade radicalmente transformada por uma revolução teocrática. A História de Uma Serva tornou-se um dos livros mais influentes e mais lidos do nosso tempo. 
Extremistas religiosos de direita derrubaram o governo norte-americano e queimaram a Constituição. A América é agora Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril. 
Defred é uma Serva na República de Gileade e acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher. Pode ir uma vez por dia aos mercados, cujas tabuletas agora são imagens, porque as mulheres estão proibidas de ler. Tem de rezar para que o Comandante a engravide, já que, numa época de grande decréscimo do número de nascimentos, o valor de Defred reside na sua fertilidade, e o fracasso significa o exílio nas Colónias, perigosamente poluídas. Defred lembra-se de um tempo em que vivia com o marido e a filha e tinha um emprego, antes de perder tudo, incluindo o nome. Essas memórias misturam-se agora com ideias perigosas de rebelião e amor.

Passado num futuro utópico, no país a que atualmente se dá o nome de Estados Unidos da América, uma Serva conta na primeira pessoa o dia-a-dia desde que foi colocada na casa de uma Esposa para que possa procriar em seu nome. A forma como recorda o passado e sente o presente vão sendo o fio condutor para percebermos a nova sociedade.
O final pareceu-me um pouco abrupto pois ficamos sem saber o que aconteceu com Defred... ou ao resto das personagens. Tudo o que ficam são conjeturas, feitas através da palestra que se encontra no capítulo final. Para mim, é o único ponto negativo.

Li o livro avidamente e confesso que me fez pensar nas liberdades que temos e que, ao consideramos como adquiridas, são menosprezadas.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013)

Beth Kery - Porque és minha

No instante em que Francesca e Ian se conhecem, a atração é mútua; uma carga requintadamente física incendeia ambos. Para Ian, ela é o tipo de mulher a que ele não resiste: inocente e pura. Para Francesca, ele é o tipo de homem que ela mais teme e deseja: sombrio, extremo, autoritário, e interdito. O que se passa entre eles não pode ser ignorado — apenas acatado, evoluindo para um inevitável vínculo.
De um jato particular para um interlúdio em Paris, de um ousado encontro num museu público para a intimidade de um hotel de luxo, Francesca e Ian estão um com o outro sempre que o desejo se torna premente. Mas à medida que a relação deles fica mais intensa, Francesca descobre algo a respeito de Ian — e dela própria — que altera para sempre o jogo e os jogadores. É algo com que eles nunca contaram, algo que lhes faz girar as vidas, delirantemente fora de controlo…

São inevitáveis as comparações com a trilogia de E.L. James. E apesar desta ter ficado famosa pelas preferências sadomasoquistas de Mr. Grey, pareceu-me que a história de Ian  e de Francesca tem muito mais descrições "picantes" (sendo eu uma leiga nestes assuntos de prazer pela dor, não sei se é mais real).

Uma pergunta que me perseguiu durante a trilogia e neste foi: "Se ninguém entra nos quartos privados, como é que estes são limpos?  Será que o Grey ou o Noble gostam de limpar o pó durante os tempos livres?"
A verdade é que começo a ficar farta de homens (ou melhor, de personagens masculinas) que são podres de bons, podres de ricos e completamente atormentados e paranóicos, que mudam todo o seu comportamento autoproclamado decadente só porque conhecem uma menina linda (mas que não sabe que o é), inexperiente e sensível e que logo à partida têm muito sexo fabuloso, são orgasmos atrás de orgasmos, que não resistem a uma boa palmada.

Curiosidade minha: enquanto o lia a música "Get Off" do Prince passou-me muitas vezes pela mente.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013)

Estrelas

Vou deixar de dar estrelas para avaliar os livros. Não posso comparar dois livros com objectivos diferentes. Se o objectivo é distrair não posso ler Dostoiévski, se o objectivo é aprender não posso ler Nora Roberts.

Assim sendo, além da sinopse, partilho apenas a minha (humilde) opinião.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

José Rodrigues dos Santos - A Ilha das Trevas

Paulino da Conceição é um timorense com um terrível segredo. Assistiu, juntamente com a família, à saída dos portugueses de Timor-Leste e a todos os acontecimentos que se seguiram, tornando-se um mero peão nas circunstâncias que mediaram a invasão indonésia de 1975 e o referendo de 1999 que deu a independência ao país.
Só há uma pessoa a quem Paulino pode confessar o seu segredo - mas terá coragem para o fazer?




Mais do que um romance, o livro é uma narrativa do que se passou em Timor após a saída dos portugueses de Timor. A consciência de Paulino de Conceição é apenas uma "desculpa" para serem relatados todos os terríveis acontecimentos que se passaram naquele território e como culminaram na sua independência.
Quando comecei a ler desconhecia que tinha sido o seu primeiro romance, o que provavelmente ajuda a compreender o porquê de mais parecer um estudo jornalístico.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013) - ****

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Jill Mansell - Três é demais

Não há família mais glamorosa que os Mandeville.
O casal de celebridades Jack e Cass Mandeville parece ter tudo — boa aparência, carreiras coroadas de êxito e um casamento maravilhoso. Os filhos também são incrivelmente talentosos: a Cleo é supermodelo; o Sean é um comediante de sucesso; e embora Sophie, uma adolescente de 16 anos, esconda a sua aparência sob uns enormes óculos redondos e roupa larga, todos veem que existe um belo cisne ansioso por desabrochar. Aos olhos da imprensa, a família Mandeville é simplesmente exemplar.
Mas uma ruiva lindíssima, de seu nome Imogen, aparece para entrevistar Jack e Cass na manhã do quadragésimo aniversário de Jack… e a família fabulosa descobre que afinal talvez não seja assim tão perfeita.



Antes de mais, dou três estrelas porque conheço o tipo de livros desta autora e este satisfez os seus propósitos: Um livro de leitura muito fácil e rápida, que se lê e se esquece, e que me fez dar umas gargalhadas com algumas passagens. As várias personagens estão bem relacionadas umas com as outras e as situações bem descritas.

Queria um livro de "literatura light", para poder ler sem ter que estar exclusivamente concentrada a nisso. Serviu os meus propósitos.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013) - ***

L. Marie Adeline - S.E.C.R.E.T.

A vida de Cassie Robichaud está cheia de tristeza e solidão desde que o marido morreu. Cassie é empregada de mesa no Café Rose, em Nova Orleães, e dorme todas as noites num apartamento de um só quarto, na companhia de um gato.
Porém, quando descobre um diário deixado no café por uma mulher misteriosa, o seu mundo muda para sempre. O diário, cheio de confissões explícitas, choca-a e fascina-a ao mesmo tempo e acaba por levá-la ao S.E.C.R.E.T., uma sociedade secreta que se dedica a ajudar mulheres a realizar as suas fantasias sexuais mais loucas e íntimas. Cassie acaba por mergulhar numa electrizante jornada de Dez Passos, durante a qual tem uma série de fantasias arrebatadoras com homens deslumbrantes, que a fazem despertar e a saciam.
Assim que se liberta das suas inibições, Cassie descortina uma nova confiança e transforma-se, conseguindo a coragem necessária para levar uma vida apaixonada. Ao mesmo tempo atraente, libertador e emocionalmente poderoso, S.E.C.R.E.T. é um mundo onde a fantasia se torna realidade.

O motivo de ter dado 5 estrelas não foi por o livro ser fabuloso. Também não foi pela originalidade do tema.
Foi porque, apesar da abundância de livros eróticos que tem surgido no mercado, é muito diferente da fantasia ele-é-tão-bom-e-atormentado. Aqui, Cassie Robichaud, é uma mulher que qualquer uma e que teve a infelicidade de casar com alguém que não a apreciava e que lhe foi aos poucos destruindo a auto estima. Depois de enviuvar, Cassie construiu o seu casulo afastando um homem (Will) de quem gostava porque, nunca se considerou merecedora.
Por meios mais ou menos tortuosos, acaba por ser convidada para se deixar ser ajudada pela S.E.C.R.E.T, que ajuda mulheres a serem mais confiantes no sexo e na vida. Começa então uma série de encontros com homens lindos de morrer que lhe vão dando a confiança que necessita.
A grande diferença é que o livro narra um conjunto de momentos especiais, que poderiam ser verdadeiros, enquanto nos outros livros do género que li toda a relação, apesar dos altos e baixos descritos é sempre deslumbrante - o que é impossível. Cada homem lhe dá o que ela necessita para crescer e como ela mesmo diz "Um só homem é incapaz de realizar todos os desejos de uma mulher".



Para além disso, gostei do final feliz, não no sentido tradicional porque ela não fica com o homem dos seus sonhos, mas porque se consegue reinventar como a mulher que sempre quis ser.
Fico à espera dos próximos livros pois, como não poderia deixar de ser, é uma trilogia.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013) - *****

Emma Wildes - Sussurros Ousados

Na sociedade do período da Regência, espera-se que as mulheres casem  jovens, governem a casa e sejam vistas, não ouvidas. No entanto, estas senhoras dificilmente fazem o que se espera delas…
Lady Cecily Francis está resignada a tornar-se esposa de Lorde Drury, o homem por quem desconfia que a irmã nutre uma paixão secreta. Porém, depois do seu  primeiro encontro escandaloso com o exótico conde de Augustine - o americano de quem toda a gente fala em surdina -, Cecily fica intrigada com a possibilidade de uma vida mais excitante. Se ao menos conseguisse arranjar maneira de  casar com o pouco convencional conde…
É conhecido na cidade por Conde Selvagem. Embora tenha herdado o título de  forma legítima - e, com ele, a responsabilidade pelas suas três meias-irmãs -, Augustine é meio-americano e meio-iroquês. Mal pode esperar para pôr em ordem o património do pai, casar as irmãs e regressar à sua terra natal. Até que a encantadora Lady Cecily o leva a considerar uma prolongada estada em Inglaterra…

Este livro não me entediou nem me inflamou.
Se nos esquecermos da repetição da descrição física das personagens, e dos diálogos muitas vezes demasiado longos, o livro lê-se bem, com as histórias principal e secundárias bem construídas, uma boa descrição dos usos e mentalidades do ton daquela época.
A autora poderia ter aproveitado melhor as cenas ousadas, ter feito as personagens principais, com mais alguma personalidade (gostei mais de Drury e de Ellie do que de Cecily e de Augustine) e o final poderia ser um pouco menos abrupto.

De qualquer forma é um romance histórico típico, com todas os argumentos e limitações a ele intrínsecas.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013) - ***

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sherrilyn Kenyon - À Luz da Meia Noite

"Uma celebridade generosa que tudo oferecia e nada pedia em troca… até ser enganado pelos que o rodeavam. Agora Aidan nada quer do mundo ou sequer fazer parte dele. 

Quando uma estranha mulher aparece à sua porta, Aidan sabe que já a viu antes… nos seus sonhos. 

Uma deusa nascida no Olimpo, Leta nada sabe do mundo dos humanos. Mas um inimigo implacável expulsou-a do mundo dos sonhos e para os braços do único homem capaz de a ajudar: Aidan. Os poderes imortais da deusa derivam de emoções humanas, e a raiva de Aidan é todo o combustível que precisa para se defender… 

Uma fria noite de inverno irá mudar as suas vidas para sempre… 

Aprisionados durante uma tempestade de inverno brutal, Aidan e Leta terão que conquistar a única coisa que os poderá salvar a ambos - ou destruí-los - a confiança. Conseguirão triunfar sobre todos os obstáculos?"

Apesar de ser pequeno - quase não o considero um livro, mas sim um conto - e nenhum Predador da Noite entrar como personagem, é um livro que merece estar nesta saga.
A escrita fluída da autora conta-nos a história de um homem atormentado, Aiden, que é alvo do ódio do seu próprio irmão que convocou um deus dos sonos, Dolor, para o torturar e matar. Para o salvar, ou melhor para derrotar Dolor, aparece Leta, com as suas próprias lembranças que a atormentam.
A forma como Leta e Aiden se completam é descrita de uma forma fluída, sem pressões, com Leta a mostrar um lado vulnerável que faz com a torne uma personagem muito equilibrada. A forma como é descrita a raiva com que Aiden lidou com as traições é bem medida.
Para além disso, a história ajuda-nos a perceber melhor o poder dos Caçadores de Sonhos e os elos entre os vários tipos de deuses e de demónios.

Gostei.

Já agora, porquê uma capa que nada têm a ver com as restantes? É porque pela primeira vez o homem é mesmo humano e a mulher um ser sobrenatural?

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS


(Lido em Agosto de 2013) - ****

William Codpiece Thawackery - As Cinquenta Sombras de Mr. Darcy

"Lizzy Bennet foi educada para ser uma dama de boas maneiras, hábil na conversa e uma referência comunidade. Mas quando Elliot Bingley vem fazer a corte à sua irmã, surge a oportunidade a Lizzy de aprender um conjunto de habilidades um pouco diferentes, ao ser apresentada a Fitzwilliam Darcy, amigo de Bingley. Um encontro apenas com este homem intrigante atrai Lizzy para o mundo secreto de Darcy, de práticas lascivas e impulsos luxuriosos. Darcy não faz declarações de amor, na verdade, as suas intenções eram claras desde o início. Mas mesmo a mais inocente e bem-educada das jovens tem impulsos… Lizzy descobre que um chicote não é apenas usado para para apressar o seu pónei - é um mundo um novo mundo que se lhe revela. "



Eu sabia que não me ia enganar quando disse AQUI que ia odiar. E odiei mesmo!

Sou fã de Orgulho e Preconceito, pelo que qualquer título que esteja relacionado atraí-me.
Mas este livro é tão mau, tão mau, tão mau, que nunca deveria ter sido permitido a sua associação ao clássico. Nem tão pouco a sua associação à trilogia de E. L. James.
Resumindo, sobre este livro só tenho uma coisa a dizer, algo que eu nunca pensei dizer sobre um livro: um completo desperdício de dinheiro!!!!

Com desejos de melhores leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013) - *

Sherrilyn Kenyon - O Diabo também Chora

Sin, um antigo deus Sumério, era um dos mais poderosos do seu panteão… até à noite em que Ártemis lhe roubou a divindade e o deixou a um passo da morte.
Durante milénios, o ex-deus convertido em Predador da Noite procurou recuperar os seus poderes e vingar-se de Ártemis. Mas agora tem peixes mais graúdos — ou demónios mais graúdos — com que se preocupar. Os letais gallu, que tinham sido enterrados pelo seu panteão, começam a despertar e estão famintos de carne humana. O seu objetivo: destruir a humanidade. Sin é o único que os pode deter… se uma certa mulher não o matar primeiro.
E para quem apenas conheceu a traição, agora Sin terá de confiar numa pessoa que não hesitará em o entregar aos demónios. Ártemis pode ter roubado a sua divindade, mas outra mulher roubou-lhe o coração. A única pergunta é: irá ela mantê-lo… ou dá-lo a comer aos que o querem morto?



Eu não gosto muito de livros paranormais, mas quando começo a ler um da série Predadores da Noite só paro quando não posso mesmo continuar e retorno sempre que posso, nem que seja para ler só uma página.  
Os primeiros da série, para mim, são os melhores. Com excepção feita a 

Acheron. De uma forma geral é uma boa série para se seguir.

Sobre o livro e, desta vez, começando mesmo mesmo pelo ínicio:
Com uma capa que não é a imagem de um (ex-)deus lindo e excitante e um título deixa muito a desejar, é mais uma prova que não se deve julgar um livro pela capa.
"O diabo também chora"  ajuda a compreender melhor a forma como se relacionam os panteões (neste caso sumério, grego e atlante) e ajudar a compreender alguns pontos menos explícitos nos livros anteriores, assim como alguns comportamentos fizeram mais sentido e alguns segredos deixam de o ser.
Como não poderia deixar de ser, a duração temporal do livro é curta mas repleta de ação, romance e humor, com Sin e Katra a formarem um casal muito interessante e inesperado, com uma constante dose de humor, muitas vezes sarcástico, que (obviamente!) dá lugar ao romance.

Sobre a presença de Acheron no romance, sinto-me dividida: por um lado é dado um passo bem grande para se compreender a personagem mais misteriosa da saga (principalmente para quem não ainda não leu o livro "dele"), mas por outro a relação de Ash com Ártemis (que neste livro mostra um lado um pouco mais simpático) começa a ser demasiado repetitiva, sem grandes perspectivas de mudança.
Também o relacionamento entre Katra e Acheron foi demasiado rápido na minha opinião: claro que Ash nunca lhe viraria as costas, mas daí a, num piscar de olhos, passar de desconhecidos e grandes confidentes....
O mesmo posso falar de Katra e Sin: para quem se guardou durante tantos séculos, Katra não esperou muito para passar a um outro nível da sua relação. Se bem que comprenda que com um homem como Sin seja díficil resistir.

Tudo terminou bem... mesmo sem ter terminado. Sherrilyn Kenyon deixou a porta aberta para a continuação  da saga (afinal o próximo herói caído em desgraça é o Xypher no seu combate aos recém introduzidos Gallus) deixando-me com a expectativa do que aí vem.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013- ****)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Mr. Darcy completa 200 anos e ainda é símbolo de sedução

Muito a propósito, vou começar a ler (mais) um livro baseado em Orgulho e Preconceito, "As Cinquenta Sombras de Mr. Darcy". SEI que vou odiar. Mesmo assim não resisto. Pareço um veado encandeado pelas luzes de um camião...



"Quando Rita Hayworth surgiu nas telas de cinema, em 1946, vestindo um tomara que caia preto e cantando “Put the blame on Mame” enquanto sensualmente tirava as luvas, o mundo aprendeu que “nunca houve uma mulher como Gilda”. Colin Firth não precisou cantar na adaptação de “Orgulho e preconceito”, feita pela BBC em 1995. Um mergulho no lago e a camisa branca molhada foram suficientes para entendermos que, bem, nunca houve um homem como Mr. Darcy.
(...)
Não custa lembrar que coube a Mr. Darcy uma das mais famosas declarações de amor da literatura inglesa: “Em vão tenho lutado comigo mesmo, mas nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos; preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente”.
E se alguém ainda precisa de motivo para amar Mr. Darcy, bem, há sempre Colin Firth e aquela camisa branca. "

Retirado de http://ela.oglobo.globo.com/vida/cultura-em-vida/mr-darcy-personagem-criado-por-jane-austen-completa-200-anos-ainda-simbolo-de-seducao-7791543

Sherrilyn Kenyon - Teme a escuridão

Antes de mais, este "livro" não é um livro, é um conto. Mas como se encontra na lista de Livros publicados pela autora - e eu durante muito tempo pensava que era um livro e estive à espera que ele fosse publicado para ler os livros por ordem (*) -aqui está a minha breve e humilde opinião.

O conto foca-se em duas situações: O regresso de Nick a uma Nova Orleães destruída pelo Katrina e o ódio que o consome desde a morte da mãe. Para um conto tão pequeno foram feitas algumas revelações que recomecei a saga imediatamente.



Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013)



(*) Li o livro sobre o Acheron, com o mesmo título, antes de começar a ler a saga e é um valente Spoiler. Basicamente aprendi a lição.

Dan Brown - Inferno


«Procura e encontrarás.»

É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences.

Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas.

Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a poderem encontrar a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível…



Na sinopse de "Inferno" avisa que "Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página e não o largará até que feche o livro no final" e desta vez é verdade.
Obviamente tive que o largar - mas só porque era obrigada. A escrita é envolvente e dei por mim a querer pesquisar sobre as várias obras e sítios mencionados no livro, o que fiz logo que me foi possível.  A escrita é envolvente, a ação muito bem narrada e deu-me a nítida sensação que estava numa sala de cinema a ver a trama a desenrolar-se.
A sobrepopulação mundial, a peste negra e as regras pelas quais se gere a Organização Mundial de Saúde no que toca ao combate às doenças estão bem entrosadas na história.

Não estou a dizer que a obra de Dan Brown seja genial. Às vezes parece que Robert Langdon é a versão humana da Wikipédia, faz publicidade a marcas a torto e a direito (Google, iphone, netjet....) e a sobrepopulação mundial é algo que me faz alguma confusão: então não andamos todos preocupados com a decrescente taxa de natalidade?

Mas que é um livro de se lê com prazer, que é um bom entretenimento, isso não posso negar. E por esse motivo, dou-lhe classificação máxima.


Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Agosto de 2013) *****

José Rodrigues dos Santos - A Mão do Diabo


A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.

O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.



Este livro poderia ter como subtítulo "A crise explicada a totós".
Todo ele se passa com o Tomás de Noronha a dar ou a receber explicações de como começou a crise, os antecedentes históricos e as previsões para o futuro. O que para mim, que não percebo nada de economia nacional ou mundial, foi óptimo, mas não era bem o que eu estava à espera, principalmente num dos livros que eu levei para ler na minha pausa laboral, vulgo férias.
A Mão do Diabo, que dá o título ao livro, parece-me um pouco forçada: adoração do Diabo, cultos satânicos, um breve deslumbre de uma noite sádica... ligados apenas porque o líder do culto é quem a todo o custo apoderar-se do DVD que o Dr. Noronha também procura.


ATENÇÃO: pode conter informações que estraguem a leitura
No final, José Rodrigues dos Santos mostra que não é ingénuo, ao apresentar as "provas" do DVD mostra como as grandes negociatas são feitas entre os lideres dos países. Apesar de perceber onde JRG queria chegar (ou penso que percebo) acho que o julgamento e um pouco forçado. Embora esteja lá escrito, preto no branco, que o julgamento era uma fachada para os povos envolvidos se sentirem justiçados, não acredito que na vida real tal venha a acontecer. E num livro tão realista, acho que fica desenquadrado.

Com desejos de boas leituras, até ao próximo livro.
AS

(Lido em Julho de 2013) ***