sexta-feira, 22 de março de 2013

Sherrilyn Kenyon - O Caçador de Sonhos

"Megeara Kafieri testemunhou a ruína do pai na sua demanda para provar a existência de Atlântida. A promessa da filha, no leito da morte do pai, de resgatar a reputação dele, trouxe-a até à Grécia, onde a jovem tenciona provar que a mítica ilha está no local identificado pelo pai. Em vez disso, Megeara encontra um estranho a flutuar no mar – um estranho cujo rosto reconhece de muitos dos seus sonhos. O que Megeara desconhece é que Arikos esconde mais segredos do que aqueles de que ela precisa para encontrar a Atlântida. Arikos fez um pacto com Hades: em troca de duas semanas como mortal, ele terá de regressar ao Olimpo com uma alma mortal... a de Megeara."



Faço minhas as palavras do Pedacinho Literário:

"Sherrilyn Kenyon volta a mostrar a facilidade com que conjuga romance e acção, comédia e mistério, sem nunca libertar o seu observador externo do mundo sobrenatural que envolve os seus intervenientes principais. Com uma escrita fácil e compassiva, esta é uma autora cuja mera união de palavras em frases e pensamentos narrativos é capaz de cativar o leitor ao ponto de este se sentir impossibilitado em largar a trama.
Umas mais destemidas, outras mais destrutivas, este é um conjunto de personagens que já faz parte do conhecimento e dia-a-dia de todo e qualquer leitor que se preze e que adore esta fantástica série. Talvez por isso, O Caçador de Sonhos seja, a um nível puramente pessoal, um romance muito mais ameno e divertido em comparação com os que lhe antecedem, transcendendo a um patamar insignemente superior e destacando-se não só pela sua jovialidade inerente como, e também, pelas vidas que retrata.
Atormentada por uma promessa irrealista proferida no leito do pai, Megeara Kafieri sofre pela boa reputação e credibilidade que quer restaurar ao nome familiar e pela inconsistência e entraves de uma luta e uma busca que se apresenta, a cada passo dado, cada vez mais difícil de desvelar. Uma personagem composta, bem alinhavada e de emoções fortes – embora exteriormente reprimidas –, Geary mostrar-se-á uma mulher tanto calorosa quanto imbatível.
Ansioso por sentir, por provar e por conhecer e, ao mesmo tempo, receoso pelo medo e insegurança que tolhe a pessoa que o levou a arriscar a própria vida, Arikos é um interveniente devorador de sonhos e sensações, ambição e desejo, que não parará a meios para atingir o seu fim. Sejam confrontos paranormais ou esforços mortais, nada o impedirá de transpor para a realidade todas as confidências e afectos partilhados, outrora, em pensamentos adormecidos.
Por entre os vários rostos que tecem a riqueza etérea transcrita nestas páginas, muitos são os que, mesmo numa escala secundária da narrativa, ainda assim conseguem agraciar o enredo com o seu fervor, bom humor e capacidades sobrenaturais. Se Katra foi uma personalidade irreverente e, na sua própria medida, imprescindível para a amizade e estabilidade que Geary necessita na sua vida, Apollymi foi uma influência estrondosa no comportamento tensivo de todas as mulheres a bordo e Solin o detentor de grande parte das gargalhadas soltadas ao acaso, em muito devido às picardias e fascínio mútuo partilhado com Arikos.
Três são igualmente os cenários que se destacam pela extravagância da paisagem e pela incessante demanda atlante que as personagens têm em mãos. Santorini, o Olimpo e os segredos que se escondem nas profundezas cristalinas do mar Egeu são as apaixonantes atmosferas oferecidas por Kenyon que, uma vez mais, cumpre a visão tecida originalmente com descrições tão detalhadas e profundas que, em diversos instantes, julguei sentir o calor do sol na pele e o cheiro da brisa marítima no ar.
A provocadora carga humorística é outro dos componentes fortes e apreciáveis deste enredo. Desde a naturalidade dos diálogos à narração de pensamentos e sentimentos pessoais, O Caçador de Sonhos é um livro que abrange um vasto leque de pormenores que agradará, com relativa facilidade, qualquer tipo de leitor. Mas também a força da verdade, da justiça e da paixão são valores que se perpetuam por entre estas linhas. E afinal de contas, é sempre bom presenciar o triunfo do amor, contra todas as adversidades. Assim como todos os caminhos, questões e problemas que surgem pelo meio.
A par com uma povoação extensa de divindades excêntricas e perigosas descobertas atlantes, obscurecidas por segredos puníveis e mentiras incontornáveis, este é um romance que vem dar um novo fôlego e impacto a uma série que promete ter ainda muito a oferecer. É por isso que os Predadores da Noite e Sherrilyn Kenyon continuaram e continuarão – por muito tempo – a fazer parte do meu leque obrigatório de sagas/autores a ler."

Com desejos de boas leituras, até ao próximo texto.
AS




(Lido em Novembro de 2012)

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